Elas se estendem da Praça Castro Alves até a Ladeira da Misericórdia e são testemunhas do quanto Salvador evoluiu desde a fundação da cidade, em 1549. Um das principais estruturas históricas da primeira capital do Brasil, as muralhas do frontispício passarão por obras de recuperação e revitalização, jamais antes feitas pelo poder público.  

O início das obras foi autorizado pelo prefeito ACM Neto nesta quinta-feira (12), em evento na parte de cima da Ladeira da Montanha. Também participaram da solenidade o vice-prefeito secretário de Infraestrutura e Obras Públicas, Bruno Reis, e o superintendente do Iphan na Bahia, Bruno Tavares. 

Com investimento de R$4.5 milhões e com duração de 12 meses, as intervenções nas muralhas o Centro Histórico envolvem obras estruturais, cênicas e paisagísticas no trecho de 1,1 mil metros de extensão. ACM Neto lembrou que o projeto foi cedido pelo Iphan à Prefeitura e que todo o serviço será executado com recursos inteiramente municipais. 

“Estamos fazendo um investimento que deixará um legado de transformação urbanística ao Centro Histórico. A obra vai ter um impacto visual extraordinário para Salvador. As muralhas serão renovadas em sua infraestrutura e se complementarão com um aspecto visual único que já existe entre as cidades Alta e Baixa, que faz com que a nossa capital seja uma das cidades mais bonitas do mundo”, afirmou.

Intervenção

Com obras supervisionadas pela Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), o projeto da recuperação e requalificação das muralhas contempla a consolidação e estabilização estrutural e recuperação urbanística das ladeiras existentes no local. 

Também será feita a implantação de nova iluminação, reduzindo a sensação de insegurança da área, além da restauração paisagística do frontispício, voltada para a valorização dos monumentos do entorno e a inserção de sistema de iluminação cênica que dará destaque à estrutura. 

O vice-prefeito Bruno Reis lembrou o projeto de requalificação das muralhas do frontispício casa com diversas intervenções executadas, em andamento e as que ainda vão acontecer na região.  

“Com a recuperação, as muralhas serão um dos cartões postais de Salvador. Quando a gente soma as iniciativas para requalificação do Centro Histórico, o montante chega quase a R$ 400 milhões”, disse o vice-prefeito, citando como exemplo as revitalizações do Elevador do Taboão e dos Arcos da Montanha – outros dois projetos elaborados pelo Iphan e cedidos ao Executivo municipal”. 

O superintendente do Iphan na Bahia, Bruno Tavares, explicou que as muralhas do frontispício possuem mais de três séculos de sucessivas construções e momentos. “Foram erguidas por diversos governos para darem sustentação ao que é hoje a Praça Castro Alves e ladeiras construídas, a fim de conter os deslizamentos da encosta”. 

As muralhas, acrescentou Tavares, se impõem à face de Salvador para quem chega à Baía de Todos-os-Santos e para quem enxerga a capital a partir da Cidade Baixa. “Até onde se tem registro, elas nunca passaram por intervenções dessa monta, com essa característica de consolidação e tratamento paisagístico”, frisou. 

Arcos e Elevador

As obras de requalificação dos arcos da Ladeira da Montanha já tiveram início. As ações têm como diretriz principal a recuperação de todo o conjunto arquitetônico que é composto por 17 arcos, destacando seus valores artísticos e suprimindo elementos e volumes que atualmente descaracterizam a edificação.   

As melhorias preveem obras no entorno do conjunto e dentro dos arcos nos quais funcionam serralherias e marmorarias. O investimento municipal é de aproximadamente R$ 3.5 milhões, e o prazo para conclusão de serviço é até junho de 2020. 

Próximo dali, o Elevador do Taboão, que estava desativado há 54 anos, voltará a funcionar ligando as cidades Alta e Baixa, isto é, o Pelourinho e o Comércio. As obras no local também já começaram e estão previstas para serem finalizadas em meados do próximo ano.

As intervenções no elevador envolvem a restauração integral do ascensor, além de obras de modernização das instalações, buscando adequar a edificação às normas técnicas vigentes, inclusive de acessibilidade universal. O equipamento também contará com áreas de convivência com mesas, sanitários e café. O investimento é de R$3.7 milhões.